quinta-feira, 29 de julho de 2010

NOTÍCIAS DA SEMANA

AÇÃO SOCIAL
A prefeitura de Rio do Fogo está com inscrições abertas para a formação do novo grupo de idosos da cidade. As pessoas que quiserem participar do grupo deverão entrar em contato com a prefeitura e realizarem seu cadastro.

SAÚDE
Chegou a vez do distrito de Punaú ter seu Posto de Saúde reformado e ampliado. Depois das reformas de ampliação dos Postos de Saúde do distrito de Zumbi e de Pititinga, o prefeito Egídio Dantas e a secretária de Saúde, Wanderléia Firmino, deram início as obras do Posto de Punaú.

A Unidade Mista de Saúde de Rio do Fogo já possui médico de plantão 24 horas, sendo concretizado mais um compromisso firmado pelo prefeito e a secretária de saúde com a população.

O fim do planeta Terra?

Um asteroide potencialmente perigoso pode colidir com a Terra em 2182, alertaram cientistas esta semana. O satélite, chamado de 1999 RQ36, tem uma chance em mil de atingir a superfície terrestre, e as chances podem chegar a dobrar neste ano, afirmou a pesquisadora María Eugenia Sansaturio, da Universidad de Valladolid, na Espanha. O asteroide tem até uma data estimada para a colisão: 24 de setembro.
A equipe espanhola usa dois modelos específicos para monitorar asteroides potencialmente perigosos que podem entrar na órbita da Terra até 2200. Por causa do trajeto do 1999 RQ36, ele foi rotulado de PHA (potentially hazarous asteroids). Ele já foi registrado por mais de 290 telescópios e 13 radares.
Segundo reportagem do jornal britânico "Daily Mail", os cientistas têm discutido como mudar o seu trajeto. Para mudar a órbita do asteroide, os especialistas teriam que começar o trabalho cerca de 100 anos antes. Uma das opões seria detonar uma ogiva nuclear. Outra seria o uso de uma espaçonave com espelhos que refletiriam os raios solares em direção ao satélite, soltando gases que alterariam seu trajeto. Chocar uma espaçonave no asteroide seria uma terceira opção. Espera-se que até lá, novas tecnologias possam ser inventadas para ajudar no processo.

Fonte: DN Online

sábado, 24 de julho de 2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A vida em um dia

A Vida em Um Dia é uma experiência global histórica para criar o primeiro longa-metragem do mundo gerado por usuários: um documentário, filmado em um único dia, por você. Em 24 de julho, você terá 24 horas para documentar um trecho da sua vida com uma câmera. As filmagens mais interessantes e originais serão editadas na forma de um documentário experimental, produzido por Ridley Scott e dirigido por Kevin Macdonald.
Se o seu vídeo for incluído na versão final do filme, você receberá os créditos como colaborador e poderá ser um dos 20 participantes selecionados para assistir ao Sundance Film Festival 2011.

Mais informações: http://www.google.com.br/intl/pt-BR/landing/youtube/lifeinaday/

terça-feira, 20 de julho de 2010

domingo, 18 de julho de 2010

Prefeito de Rio do Fogo participa da carreata dos Prefeitos em Macau

O domingo foi de adesão para a candidatura de Iberê Ferreira de Souza (PSB). O governador-candidato fez a primeira carreata da campanha. Em Macau, Iberê foi recebido pelo prefeito Flávio Veras, por Eduardo Lemos e lideranças políticas do município e da região salineira, do Vale do Açu e de outras regiões do Estado. Também estavam presentes para participar da carreata os prefeitos Luizinho (Carnaubais), Chico de Erasmo (Serra de São Bento), Amarildo (Caiçara do Rio dos Ventos), Egídio Dantas(Rio do Fogo), Agnelo Bandeira (Jardim de Angicos), Péricles (Santa Cruz), Arimatéia (São Rafael), Eider (Alto do Rodrigues), Leonardo (Ipanguaçu) e Luciana (Touros).
A mobilização de Macau também contou com a participação dos deputados federais João Maia (PR), Fátima Bezerra (PT) e Sandra Rosado (PSB), da deputada Larissa Rosado (PSB), de Vagner Araújo, candidato a vice-governador, e de diversos candidatos a deputado estadual e federal. O deputado Henrique Alves (PMDB) era esperado para o início da carreata, assim como outros prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e lideranças.

A caravana passou pelos municípios de Pendências, Alto do Rodrigues, Ipanguaçu, Angicos, Afonso Bezerra, Pedro Avelino e Lages, na região Central.

sábado, 17 de julho de 2010

Reforço no policiamento

Tendo a segurança do município como um dos pontos importantes de sua gestão, o prefeito Egídio Dantas conseguiu junto ao governador do estado, Iberê Ferreira, mais uma nova viatura policial para o município, o que irá contribuir para a segurança de todos os munícipes e visitantes de Rio do Fogo. A viatura policial já se encontra em atividades no município e distritos.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

PREFEITO DE RIO DO FOGO ANUNCIA APOIO A IBERÊ E VILMA


Liderando todo o seu grupo político, formado por representantes de cinco partidos (PMDB, PSB, PTB, PMN e PP), o prefeito de Rio do Fogo, Egídio Dantas (PMDB) anunciou hoje o apoio às candidaturas à reeleição do governador Iberê Ferreira (PSB) e da senadora Vilma de Faria (PSB).

“Nós conhecemos Iberê e Vilma, que tem competência e tem dado atenção a Rio do Fogo. Trata-se de uma relação antiga e uma parceria que terá continuidade com muitos benefícios para Rio do Fogo”, afirmou o prefeito.

Quase trinta pessoas acompanharam o prefeito Egídio Dantas no encontro com o governador e com Vilma, entre eles o vice-prefeito Damião Gomes (PMN), o presidente da Câmara dos Vereadores Igor Dantas (PTB) e os vereadores Lúcia Gomes (PMN), Sávio Domingos (PMDB) e Agacir Virgínio (PSB), além de suplentes de vereadores, e lideranças da sede e dos distritos de Rio do Fogo.

Fonte: http://www.robsoncarvalho.com/2010/07/16/liderancas-de-rio-do-fogo-anunciam-apoio-a-ibere-e-vilma/

quarta-feira, 7 de julho de 2010

RN é um dos estados do Brasil com piores notas no Ideb 2009

Do Diário de Natal: http://www.dnonline.com.br/nav/noticias/ver_noticia.php?id_noticia=45206

O Rio Grande do Norte não atingiu a média nacional do índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), relacionado ao ano de 2009. A informação é do Ministério da Educação, divulgada na última quinta-feira (1). Entre os municípios que obtiveram as menores notas em relação aos primeiros nãos do ensino fundamental estão Afonso Bezerra, Augusto Severo, Barcelona, Bento Fernandes, Caiçara do Norte, Bom Jesus e Sítio Novo.

De acordo com o relatório divulgado pelo ministério, o RN alcançou nota 3,9, para as séries iniciais do ensino fundamental e 3,3 para as séries finais, notas superiores as da avaliação de 2007, que foram 3,4 e 3,1 respectivamente. No entanto, este aumento não foi o suficiente para que o RN atingisse a média nacional que foi de 4,6 para os anos iniciais e 4,0 para os anos finais. No caso do ensino médio, o Ideb do RN foi de 3,1 muito abaixo da média nacional que foi de 3,6.

O Ideb foi criado pelo Inep em 2007, em uma escala de zero a dez. Sintetiza dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: aprovação e média de desempenho dos estudantes em língua portuguesa e matemática. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb e a Prova Brasil.

Levantamento do Ideb aponta melhora na qualidade do Ensino do RN

Do Diário de Natal:
Levantamento realizado pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2009 aponta melhora na qualidade do Ensino no Rio Grande do Norte. Evolução da rede de ensino do Estado ocorre nas três fases avaliadas pelo Ideb e superam metas previstas para 2009.
Comparando-se os dados obtidos pelo Ideb em 2009 com os índices alcançados em 2007, o Rio Grande do Norte cresceu, na primeira fase do Ensino Fundamental (5º ano), de 3.0 para 3.9 – superando a média regional que foi de 3.8. Na segunda fase do Ensino Fundamental (9º ano), o Rio Grande do Norte subiu de 2.7 para 3.3. No Ensino Médio, o Estado avançou de 2.6 para 3.1.
O resultado obtido na primeira fase chega a superar as metas estabelecidas pelo MEC para o Rio Grande do Norte em 2009 e 2011. A média para 2009 era de 3.1 e para 2011 era de 3.5. O Estado conseguiu ir além e atingir a meta que estava programada para 2013 – isto é, alcançou 3.9 já em 2009.
“Esse desempenho mostra que os esforços desenvolvidos pelo poder público e por nossos educadores começam a dar frutos. Apesar dos avanços, sabemos que muito ainda há de ser feito. Nosso objetivo é garantir educação de qualidade para todos os norteriograndenses”, afirma o governador Iberê Ferreira de Souza.
Criado em 2005, o Ideb mede a qualidade do ensino público no país levando em consideração a Educação Básica. O Índice é calculado de dois em dois anos tendo como base a Prova Brasil, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e o SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica), e os dados sobre aprovação escolar.
Os indicadores do Ideb contemplam três áreas do conhecimento – Leitura, Matemática e Ciências. O índice é coordenado a aplicado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). As provas medem competências e habilidades dos estudantes. As provas são realizadas no 5º e no 9º ano do Ensino Fundamental, e na última série do Ensino Médio.
O objetivo do Ideb é verificar se as metas estabelecidas para a Educação Básica estão alcançadas, ou não, a partir de alguns indicadores. Segundo o ministro Fernando Haddad, os índices obtidos dão para observar uma melhoria no desempenho dos estudantes em todo o país desde 2005 – no Ensino Médio, de 57,9%; na primeira fase do Ensino Fundamental, de 28,9%; e nos anos finais do Ensino Fundamental, de 36%.
“Os números do Rio Grande do Norte são também promissores, mas pretendemos avançar mais. Estamos investindo na qualificação profissional de nossos professores. Temos regiões com mais dificuldades do que outras. Mas, tivemos uma melhora acima do que foi estipulado pelo INEP. Esse é um processo e ainda faltam seis avaliações até 2022 quando será concluída a série histórica iniciada em 2005. Nosso objetivo é avançar em todas as avaliações do Ideb”, acrescenta o secretário estadual de Educação, Otávio Augusto Tavares.
O Ideb realizou avaliação em 5.404 municípios brasileiros. Desses, 84,9% atingiram as metas estabelecidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A meta estabelecida desde 2005 é chegar a 2022 – ano do bicentenário da Independência – ao índice de 6.0 para a Educação Básica no Brasil.

domingo, 4 de julho de 2010

Mudança de Secretário em Rio do Fogo

Com o objetivo de aprimorar os serviços de assistência ofertados a população do município, o prefeito de Rio do Fogo, Egídio Dantas, em acordo acertado, exonerou o secretário de Assistência Social, Junior Ferreira, e nomeará nesta segunda, 05, a técnica em Assistência Social Vanda Layla de Carvalho. A qual, por ser técnica, tem um conhecimento mais amplo em relação aos programas oferecidos pelo Governo Federal e isso implicará em um melhor repasse dos programas de assistência à população.

O mar invade a terra firme no RN

Do Tribuna do Norte: http://tribunadonorte.com.br/noticia/o-mar-invade-a-terra-firme-no-rn/153186

Isaac Lira - Repórter

Anselmo Morais, 28, costumava brincar na praia quando criança. Com o restante da meninada de Caiçara do Norte, ele subia um pequeno morro e andava 300 metros para chegar até à água. Vinte anos depois, as crianças na praia de Caiçara não precisam andar tanto para tomar banho de mar. As ondas quebram praticamente no quintal das casas mais próximas à praia da cidade. Anselmo não é meteorologista. Contudo, mesmo sem dispor de dados científicos, ele não tem dúvidas de que a singela praia de pescadores de Caiçara do Norte é um típico exemplo dos efeitos das mudanças climáticas que o planeta está passando.
A comunidade de Caiçara, como outras tantas no Brasil e no mundo, estarão devidamente representadas na 62a. Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a ser realizada de 25 a 30 de julho, em Natal. Quando o primeiro pesquisador iniciar a sua fala sobre as mudanças do clima do planeta, o destino de todas as cidades que, assim como Caiçara, dependem do mar para sobreviver estará em jogo. Na reunião científica, termos muitas vezes inacessíveis para o público comum, como “efeito estufa”, “temperatura do oceano”, “linha de costa”, entre outros. Mas o assunto não se encerra aí. E as consequências de um tema tão árido são perfeitamente percebidos por qualquer cidadão comum.
Se Anselmo Morais e os outros moradores de Caiçara já não conseguem viver sem os 11 “espigões” responsáveis por brecar o avanço das águas do mar, isso não é coincidência. O clima do planeta está de fato mudando, como alardeiam cientistas há mais de 10 anos. A Terra está mais quente, o que interfere diretamente na dinâmica dos oceanos. O derretimento das calotas polares – imensas geleiras existentes nos dois polos da Terra – causam necessariamente um aumento do nível do mar. Por isso, não é difícil encontrar nas regiões costeiras, pescadores garantindo que o mar está invadindo a terra firme.
Segundo cientistas, essa “invasão” é progressiva e irreversível. O avanço irá continuar, embora seja possível diminuir o seu ritmo e minimizar os seus efeitos. Os prognósticos mais otimistas mostram um aumento de 18 cm a 59 cm do nível do mar nos próximos 100 anos. Outros relatórios fixam essa variação entre um e seis metros. Pode parecer uma variação mínima, mas não é. Somente no RN, essas “previsões”, caso confirmadas, significam a perda de partes do território do Estado e a inviabilização de atividades econômicas importantes, como a extração de sal em Macau.
O professor de geologia da UFRN, Venerando Amaro, estuda há mais de 10 anos o comportamento da chamada “linha de costa” no RN. A linha de costa é simplesmente o limite entre o mar e a terra firme. Com tanto tempo de observação, ele pôde verificar o quanto o mar tem avançado na costa do Estado. O cenário é particularmente nebuloso para a porção setentrional do RN. As comunidades localizadas após Touros, indo para o Norte, serão as mais afetadas, de acordo com os estudos do professor Venerando. O motivo é a ausência de barreiras naturais, como arrecifes e rochas, no caminho das águas naquela região. Municípios como Macau, São Bento do Norte, Guamaré e Porto do Mangue estão em rota de colisão com o avanço do mar.
Nos últimos 20 anos, a linha de costa avançou 800 metros em alguns trechos da região. Entre Macau e São Bento do Norte, esse aumento foi de 650 metros, com variações a depender do trecho estudado. Os números, conseguidos a partir de satélites de alta resolução e GPS de alta performance, demonstram a seriedade do assunto. A região estudada contém atividades econômicas importantes para o Estado, como a extração de sal, carcinicultura e a produção de petróleo em Guamaré. Tudo isso poderá ser inviabilizado com o aumento do nível do mar.
Uma característica natural torna esse cenário ainda mais problemático. Os estuários, áreas onde as águas de mares e rios se encontram criando um ambiente rico e importante para peixes e outros animais, devem ser afetados. Como são áreas mais baixas, os estuários devem ser invadidos pela água do mar, causando um intenso desequilíbrio capaz de inviabilizar a pesca em algumas regiões.
Embora pareça um assunto distante, os efeitos das mudanças climáticas merecem ser tratados como prioridade. Por isso, cientistas de todo o mundo procuram estudar como esses efeitos irão modificar a vida das pessoas. No RN, não é diferente. Estudos mostram as possíveis novas configurações do Estado daqui a cem anos.

Aumento da temperatura é invegável

Se existe um consenso entre os cientistas, é a elevação da temperatura da terra. Não há dúvidas disso. As medições mostram claramente que nos últimos 200 anos a Terra ficou cerca de um grau Celsius mais quente. A dúvida é se as mudanças climáticas são provocadas pelas interferências do homem na natureza ou se o planeta naturalmente sofre com essas variações climáticas.
A reposta para essas indagações é, atualmente, impossível. Isso acontece porque os ciclos da terra levam um tempo muito superior ao de uma vida humana. O período de observação humana do comportamento da Terra é ínfimo se comparado com a idade do planeta. Como os pesquisadores não podem acompanhar um ciclo inteiro, não há como ter certeza. Esse raciocínio é a base das desconfianças de parte da comunidade científica – uma minoria, é bom ressaltar – contra as teorias do “efeito estufa”.
Mesmo assim, a maioria dos cientistas acredita na forte influência do atual modo de vida e produção, com a queima de combustíveis fósseis que leva à acumulação de alguns gases na atmosfera, como o Dióxido de Carbono, no aquecimento do planeta. O difícil é fixar exatamente o tamanho dessa influência. “No que diz respeito ao avanço do mar, sabemos que há esse avanço, que existe uma influência da ação do homem, mas não temos como dizer até que ponto esse avanço é natural ou é resultado dos desequilíbrios ambientais”, explica o pesquisador Venerando Amaro.

Estado potiguar tem seis áreas com riscos de inundações

Quando se fala de clima, qualquer prognóstico é perigoso. Como se trata de um sistema bastante complexo, onde qualquer variação pode alterar o resultado, as “previsões” dos cientistas a esse respeito devem ser vistas com cautela. É impossível simular a realidade sem erros. Os pesquisadores procuram considerar algumas variáveis e apontar alguns caminhos, que não podem ser levados ao pé da letra. Contudo, as pesquisas trazem considerações importantes para se enfrentar o problema. “Um prognóstico tanto pode se confirmar inteiramente como se mostrar mais ou menos danoso”, explica o professor Venerando Amaro.
Feita essa ressalva, é interessante observar os estudos do Programa de Pós-graduação em Geodinâmica e Geofísica. A tese de doutorado de Michael Vandesteen Silva Souto, orientada por Venerando Amaro, expõe seis cenários possíveis de riscos de inundação no RN. A pesquisa considera o relatório do IPCC (sigla em inglês que corresponde a Painel Intercontinental sobre Mudanças Climáticas), chamado “Climate Changes”, de 2007, e dados de monitoramento das calotas polares desde 2003. Assim foi possível dizer quais áreas serão atingidas no RN, caso os estudos se confirmem na prática. O relatório traz desde a perspectiva mais pessimista até a mais otimista. Em todos os casos, o RN perde quilômetros e quilômetros por inundações.
Na perspectiva mais otimista, quando o nível do mar se elevaria “somente” um metro, o RN teria 15 cidades atingidas, entre elas Natal, Guamaré , Macau, Extremoz, Caiçara do Norte, São Bento do Norte, entre outros. Quando os cenários vão se agravando, com a elevação do nível do mar crescendo, vai-se incluindo outros municípios como Mossoró, São Gonçalo do Amarante, Touros, Rio do Fogo, até chegar ao número de 23 municípios, sendo 12 na porção mais ao Norte e 11 na porção mais ao sul. Mais uma vez, as áreas do litoral setentrional – depois de Touros – são as mais afetadas. “Sem dúvida preocupa a situação nessas áreas, porque serão mais afetadas. Nos municípios depois de Touros, existem barreiras naturais que amenizam esses efeitos”, afirma o professor Venerando. E complementa: “Isso não quer dizer que a parte oriental do Estado não vá ser atingida. E com um agravante: em cidades como Natal, onde há uma séria questão imobiliária, os efeitos são sempre importantes, por menores que sejam”.
A mais pessimista das análises mostra a perda de 1.125 quilômetros quadrados, ou seja 2,12% do território do Estado e 17,05% da área costeira potiguar. Nesse caso, os municípios de Macau e Porto do Mangue perderiam 50% de suas terras. Guamaré, Galinhos e Areia Branca perderiam 20% e toda a agricultura instalada no vale do rio Ceará-mirim ficaria inviabilizada. A Ribeira, bairro mais antigo de Natal, incluindo a área do porto, também sofreria com as inundações. O total de pessoas afetadas é 1,5 milhão, com a alta probabilidade de intensas migrações.
É sempre preciso ressaltar a necessidade da não tratar esse assunto de maneira alarmista. Os cenários propostos na pesquisa podem ou não se confirmar. O resultado, daqui a 100 anos, pode ser melhor ou pior. “O que realmente importa é chamar a atenção para a necessidade de diminuir a influência negativa da ação do homem no clima da terra. Estudos como esse servem como alerta”, diz o professor Venerando Amaro. Até porque não há consenso científico sobre o ponto central da discussão: até que ponto as mudanças climáticas são resultado da ação humana?

Uma cidade entre o mar e as dunas

Caiçara do Norte não tem saída. É literal. Se por um lado, a cidade precisa conviver com a voracidade do mar, que já derrubou muros e chega a lavar a rua principal da cidade durante os dias de maré mais agressiva, do outro lado, Caiçara luta contra as dunas. Historicamente, a cidade já precisou mudar de lugar por conta do constante movimento das dunas. Hoje, a cidade é um exemplo da luta entre homem e natureza.
A orla de Caiçara é a primeira evidência dessa luta constante. São 11 “espigões” para conter a fúria do mar. Um “espigão” é uma longa estrutura de pedra colocada na orla. O equipamento é responsável por segurar a força da água e é um paliativo. “Existem essas estruturas de contenção, mas elas são eficazes por um tempo limitado. Não dá pra lutar contra a natureza”, diz o professor Venerando.
A Prefeitura de Caiçara do Norte reformou os 11 espigões, todos com mais de 10 anos, e pretende instalar mais oito. A curto prazo, é uma medida bastante eficaz. Contudo, a erosão da orla (quando o mar leva embora mais sedimentos do que deposita) continua. Em Caiçara, o último espigão já mostra sinais de corrosão, justamente porque a força do mar fica concentrada naquele ponto. O pescador Ronaldo Ferreira se mostra impressionado com a força do mar. “Quando eu era mais novo, a gente andava um tempo para chegar no mar. Hoje, a água já está quase dentro da cidade”, diz Ronaldo, acrescentando que o mar já “comeu” casas e ruas nos últimos 20 anos. “Meu tio tinha um armazém que teve de ser desocupado”, conta.
A poucos metros dali, outros moradores de Caiçara lutam uma batalha ainda mais inglória. Se a força da água pode ser contida com pedras, a sutileza da fina areia de praia é invencível. A própria Prefeitura de Caiçara admite não saber o que fazer com os movimentos do chamado Monte do Ronca. O Monte era localizado praticamente na divisa com o município de São Bento do Norte. Nos últimos anos, a duna, que é móvel, passou a “andar” na direção da cidade. É um fenômeno natural, agravado pela constante retirada de areia para construções na cidade.
Salete Nascimento, de 43 anos, sabe bem os efeitos negativos da luta contra os movimentos da duna. Num dia do ano de 2007, ela saiu para a praia de Rio do Fogo e, quando voltou, viu a casa tomada pela areia. “Quando eu cheguei, a casa tava praticamente soterrada. Perdi geladeira, armário, fogão. Ainda morei lá um tempo, quando a Prefeitura me cedeu esse terreno”, diz. Os demais habitantes das redondezas vivem sob a expectativa dos ventos fortes de verão, que enchem as casas de areia.
A Prefeitura tenta conseguir verba federal para desalojar os moradores em perigo. A tentativa de plantar no terreno da duna se mostrou infrutífera. No verão, Caiçara é invadida por vento repleto de areia. Uma lenda, viva no imaginário popular, diz que um dia Caiçara será soterrada novamente pelas dunas da região. É impossível para o homem lutar contra a força da natureza. A resposta está em Caiçara.

Ficha Limpa não atinge políticos do RN

Do Diário de Natal: http://200.188.178.144/ver_noticia/45129/

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definindo que todos os políticos condenados por decisão colegiada - antes ou depois da publicação da lei do Ficha Limpa -, ficarão impedidos de se candidatar no pleito de outubro despertou o interesse da população para saber quem são os políticos "fichas sujas". No entanto, no Rio Grande do Norte não será fácil fazer essa busca, tendo em vista que nenhum político de maior envergadura foi condenado pelo Tribunal de Justiça. Mas quem pensa que é por falta de processos em tramitação, se engana. Existem muitos políticos no estado que estão no banco dos réus e a demora nos julgamentos, ainda que seja para concluir pela inocência dos mesmos, reforça o sentimento de impunidade e descrédito institucional que, atualmente, aflige a sociedade brasileira.
Para a coordenadora do Movimento Articulado Contra a Corrupção (Marcco), a promotora de Justiça Juliana Limeira Teixeira, a demora desses julgamentos é prejudicial à efetiva promoção da justiça e vai de encontro aos anseios sociais, aumentando a sensação de impunidade tão presente e reconhecida pela sociedade de hoje. "Atribuimos essa demora à grande quantidade de processos existentes para julgamento, associada à não priorização do julgamento desses processos, além das inúmeras possibilidades de recursos previstos em nossa legislação, cujas interposições podem suspender os julgamentos", afirmou.

Foro privilegiado
As autoridades brasileiras, quando praticam algum crime, têm direito ao que se chama foro privilegiado, também conhecido como tribunal de exceção, ou foro por prerrogativa de função. Trata-se de uma vantagem concedida à determinadas pessoas de serem julgadas por um tribunal diferente do de primeira instância, onde são julgados a maioria dos brasileiros que praticam delitos. No Rio Grande do Norte, um crime cometido pelo ex-juiz Francisco Pereira de Lacerda -, condenado a 35 anos de prisão por crime hediondo, acusado de mandar matar em 1997 o promotor da região de Pau dos Ferros, Manoel Alves Pessoa Neto -, foi o único lembrado pelas autoridades do Judiciário do estado e que chegou ao seu desfecho.
Um levantamento realizado pela Associação de Magistrados Brasileiros (AMB) mostra que, com o benefício, os tribunais superiores recebem mais processos contra autoridades do que são capazes de julgar. Até 2007, quando o estudo foi publicado, apenas 4,6% das ações penais abertas no Supremo Tribunal Federal desde 1998haviam sido julgadas. No caso do Superior Tribunal de Justiça, o índice é ainda menor: 2,2%. Dos 130 processos já recebidos pela mais alta corte brasileira, seis haviam sido concluídos e todos terminaram em absolvição dos réus. Treze prescreveram antes de ir a julgamento. No STJ, das 483 ações penais ajuizadas no mesmo período, 16 foram julgadas. Houve condenação em cinco casos e absolvição em 11. Do total, 71 ações prescreveram antes do julgamento.